O Movimento Santo André Popular é uma alternativa concreta para as eleições deste ano contra o modelo de gestão praticado pelo atual grupo hegemônico na cidade

 

Santo André vem passando, nos últimos seis anos, por um processo intenso de desmonte de políticas públicas, falta de transparência e de participação popular na administração da cidade. 

O atual governo, liderado pelo prefeito Paulo Serra (PSDB), promove uma gestão higienista, que exclui ainda mais os menos favorecidos e privilegia os grandes grupos econômicos e a especulação imobiliária. Precisamos de mudanças! 

Neste sentido, o ano de 2024 se apresenta, para os que acreditam e sabem do potencial da nossa cidade, como uma oportunidade para a reconstrução da unidade da esquerda e das políticas públicas de qualidade para a nossa população.

Diferentemente do que vem sendo propagado pela atual gestão, a cidade se encontra profundamente endividada e com uma situação fiscal alarmante, com 95,3% das receitas correntes comprometidas. 

De acordo com o TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado), Santo André é o segundo pior município do estado, no que diz respeito à “falta de investimento regular em saúde e educação, gastos excessivos, baixa arrecadação…”. 

Apesar da situação delicada, a atual gestão já empenhou para 2024, R$ 23 milhões para parte das empresas de ônibus que operam na cidade e autorizou o aumento da passagem para R$ 5,70, ao invés de avançar nas discussões para implementar a Tarifa Zero. 

Isso pesa bastante no bolso da população andreense, que por fim é quem paga essa conta. Mas, além da passagem, a prefeitura também aumentou, em 10% acima da inflação, o valor do IPTU para 2024. A mesma situação ocorreu em 2022, quando o aumento real atingiu 11%.

Desmonte das políticas públicas

Outros exemplos de má gestão não faltam: a entrega do SEMASA, empresa municipal que funcionava bem, para a SABESP, além de dilapidar o patrimônio público, aconteceu de forma atropelada, com uma manobra do executivo para alterar as regras regimentais da Câmara e conseguir a aprovação da matéria.

Agora a tragédia pode se aprofundar com a privatização da companhia paulista promovida pelo governador Tarcísio. O resultado todos conhecem: precarização ainda maior dos serviços, mais aumento na conta, redução nos postos de atendimento à população e demora nos chamados de urgência.

Não satisfeito, o prefeito também articulou a sua base legislativa em 2023 e aprovou a privatização do Serviço Funerário Municipal, mais uma vez sem qualquer discussão com a sociedade e contra o desejo de boa parte da população.

Neste momento, artistas, produtores e movimentos culturais travam uma batalha contra o desmonte na Cultura, que também já foi referência nacional, contra o aterramento da Concha Acústica, na praça do Carmo, e o fechamento de diversos equipamentos artísticos. 

Na Saúde, a falta de investimento continuado, como apontada pelo TCE, apresenta reflexos negativos nas filas para marcação de consultas e exames em UBSs e na falta frequente de remédios nos postos de saúde, atingindo sobretudo a população carente. 

Na área da Segurança Pública, como todos nós sentimos nas ruas no dia a dia, a situação é ainda mais grave: queda de 17,4% no número de GCMs desde 2016 e redução de 0,3% no orçamento da pasta em 2023.

Estes números vão ao encontro dos dados da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, que apontam Santo André como líder de roubo e furto de veículos no estado e com o maior número de homicídios em 2023 do Grande ABC (34 no total).

Autoritarismo 

Não bastasse tudo isso, o prefeito ainda articulou parte da sua base na Câmara para, de forma truculenta, rejeitar os nossos Requerimentos de Informação, o que na prática compromete a independência dos poderes, limitando ou mesmo inviabilizando a fiscalização do poder Executivo pelo Legislativo.

Diante desta situação, reforçamos a nossa postura em defesa de uma gestão democrática, que valorize a diversidade, estimule a tolerância e a harmonia entre as pessoas, combatendo o preconceito. 

É hora de reforçar os projetos de reconstrução social do Brasil e da nossa cidade, sintonizando-os com medidas urgentes que enfrentem as consequências da emergência climática, por exemplo.

Uma alternativa necessária

É aí que o Movimento Santo André Popular, que hoje conta com a participação das Federações PSOL/Rede e Brasil da Esperança (PT/ PCdoB/PV), aparece como uma opção viável e concreta para recolocar a nossa cidade como protagonista em políticas públicas e transparência na política no país. 

Uma articulação que acumula para as próximas eleições e resgata de forma inédita a unidade da esquerda e do campo progressista, com a perspectiva de construção de um projeto de futuro para Santo André, como já aconteceu na década de 1990. 

Para isto é necessário, assim como acontece hoje no Brasil com Lula e na cidade de São Paulo com Guilherme Boulos, reafirmar a luta contra o retrocesso protagonizado pelo bolsonarismo e levado a cabo pelo governador Tarcísio no estado de São Paulo. 

O momento não permite omissão e, por isso, apontamos para a construção deste projeto em busca de uma cidade popular, democrática e que reflita o sentimento do povo nas ruas, nas filas das UBSs e nos pontos de ônibus lotados. 

Assim, estamos empenhados no fortalecimento do Movimento Santo André Popular e contamos com a participação de todas, todos e todes na união desta frente de esquerda para inverter os rumos da nossa cidade. Bora construir essa luta juntes?

 

Ricardo Alvarez

Vereador – PSOL/Santo André