Hoje completamos oficialmente 100 dias de trabalhos legislativos na Câmara Municipal de Santo André. Trabalho este que na verdade teve início muito antes do dia 1 de janeiro de 2021 ou da campanha eleitoral de 2020, que nos trouxe até aqui.
Veio do nosso desejo de levar ao cidadão andreense justiça social, direito à cidade, participação popular, combate às opressões e desigualdades, vida sustentável e encontrar nova vocação econômica capaz de transformar Santo André na referência que já fomos um dia.
Os desafios da nossa legislatura, que já eram enormes, ficaram ainda maiores com o recrudescimento da pandemia, os recordes de mortes um ano após a chegada da Covid, a falta de vacinas para imunização, o colapso na saúde, o negacionismo e os quase 350 mil óbitos no país neste momento.
Não à toa, percebemos que, das mais de 100 das nossas proposituras protocoladas até este momento, boa parte delas estão diretamente relacionadas à redução dos impactos sociais, sanitários e econômicos causados pela doença.
Nossos primeiros projetos, protocolados ainda em janeiro, já tratavam da suspensão da volta às aulas presenciais até a vacinação de toda a comunidade escolar e tinham como objetivo contribuir com a redução na circulação desse contingente de pessoas na região.
Com o prolongamento da crise, que ainda está longe de terminar, outros projetos surgiram, como o de auxílio emergencial, que garante renda imediata aos mais pobres, e o de erradicação da fome, para reduzir os impactos físicos e psicológicos de quem não tem como colocar comida na mesa.
Travamos uma batalha com a gestão Paulo Serra, que raspou a verba de 13 fundos municipais importantes da cidade, pela utilização exclusiva desse dinheiro para comprar vacinas, a única solução para essa tragédia que abala o país e o mundo. O prefeito se recusou a se comprometer com exclusividade do uso para aquisição de vacinas.
A vila de Paranapiacaba, que é uma das prioridades do nosso mandato, também precisou receber ações emergenciais, uma vez que a prefeitura retirou os benefícios dos moradores no começo do ano, em pleno início da segunda onda da pandemia.
Hoje estamos na luta pela suspensão da cobrança dos aluguéis de moradores e empreendedores da vila, que vivem essencialmente do turismo e do comércio, e não têm obtido renda por conta do prolongamento da crise e do isolamento social.
Montamos inclusive uma petição para angariar apoio para essa luta que não é apenas dos moradores e moradoras da vila, mas de toda a população andreense. Fica o registro de que são esses moradores que cuidam do patrimônio da vila. Além de serem eles mesmos parte desse patrimônio.
Os micro e pequenos empreendedores de Santo André também entraram nas nossas preocupações por conta do prolongamento da crise. Sem auxílio e ajuda do poder público não vão suportar por mais tempo e correm o risco de desaparecer e fechar importantes postos de trabalho na região.
Um outro abaixo-assinado que realizamos neste começo de ano foi com relação à vontade da população em retornar ao ensino presencial e levar as crianças para a escola com o início da segunda onda da Covid.
A nossa luta continua para que as aulas presenciais só retornem a partir da vacinação de toda a comunidade escolar andreense. Na próxima sessão, dia 13, contamos com todos os vereadores e vereadoras para aprovar nosso projeto que garante a inclusão desses trabalhadores e trabalhadoras da educação no grupo prioritário de vacinação.
Já em março, o Mês das Mulheres, concentramos esforços em projetos de apoio à luta contra o machismo e a misoginia, que imperam no país. Trabalhamos uma série de ações que vão desde a ampla divulgação do telefone de denúncias 180 até a garantia de atendimento para pessoas com útero a fim de evitar doenças relacionadas.
Participamos ainda da produção de um vídeo com diversas apoiadoras e de um grafite como forma de cobrar respostas ao assassinato político da vereadora Marielle Franco, que completou 3 anos no dia 14 de março, e homenagear a sua luta.
Mas um dos destaques do período ficou por conta da ideia de três garotas adolescentes que, preocupadas com pessoas em situação de rua e de baixa renda, sugeriram a distribuição gratuita de absorventes higiênicos na cidade. O projeto já está protocolado.
Recebemos também o carinho do casal Clarisse e Tânia que, após adotarem o menino Gael, receberam uma moção de aplauso na Câmara Municipal mais do que merecida. Ainda vamos nos encontrar para uma longa conversa e um café da tarde quando toda essa crise passar.
As emendas emendas do deputado federal Ivan Valente foram outra conquista importante para a região do ABC. Em especial para Santo André, para onde o deputado destinou R$ 1 milhão à reforma da UBS Vila Guiomar, que a prefeitura tentou entregar para uma escola particular transformar em estacionamento no ano passado. Nossa batalha continua!
Em paralelo, muitas lutas importantes como a interrupção do processo do Porto Seco na região de Paranapiacaba, a cobrança da Sabesp pela falta d’água que vem afetando diversos bairros após entrega do Semasa, a volta da Tribuna Livre para que que a população possa se expressar nas sessões parlamentares, entre tantas outras.
Sem se esquecer da primeira vitória do ano contra a tentativa da prefeitura de Santo André de retirar a gratuidade dos idosos acima de 60 anos no transporte público. Neste caso, a pressão popular falou mais alto e juntos e juntas mantivemos o benefício conquistado.
Mais do que comemorar por tudo que passamos até agora, temos como objetivo transformar o trabalho desse período em alavanca para os próximos 1.360 dias que ainda restam de legislatura, com a certeza de que uma outra Santo André é possível.