O Grande ABC ganhou contornos urbanos e industriais e se inseriu de forma definitiva no processo de produção capitalista a partir dos anos 50 com a consolidação da indústria automobilística, auto-peças e química e setores agregados e complementares.
A posição geográfica entre a capital e o litoral (cortada pela via Anchieta inicialmente e a Imigrantes, posteriormente) criou facilidades com o comércio externo, a combinação do aproveitamento de mão de obra local e a migração de nordestinos, empregados nas fábricas que pipocavam na região, a proximidade com a capital paulista, a ferrovia, dentre outros fatores, serviram de base desta expansão fabril.
O capitalismo, no entanto, faz e refaz suas condições de produção, distribuição e trocas de forma permanente, buscando reduzir custos e ampliar a lucratividade, isso impõe mudanças estruturantes nas estruturas produtivas. A indústria 4.0 se apoia não mais em metalúrgicas, grandes plantas industriais e massas de trabalhadores empregados pelo trabalho formal.
Predominam agora a precarização do trabalho (uberização), queda nos rendimentos e trabalho informal se combinam com ilhas de excelência produtiva, marcadas por setores que agregam muito valor, que incorpora alta tecnologia, uso intensivo de inteligência e processamento de dados, mão de obra de alta capacitação, são alguns exemplos.
É preciso colocar o poder público em sintonia com este momento gerando políticas públicas que, de um lado, reduzam as mazelas criadas pela lógica capitalista de exploração do trabalho e gerem igualdade social e, de outro, possibilitem a inserção de Santo André neste novo momento.